Inventário dos Remanescentes Florestais

Instituição Responsável: 

Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Coordenador: 

Prof. Dr. Alexander Christian Vibrans

Objetivo:

Avaliar a composição de espécies, estrutura (diamétrica, vertical e horizontal) e dinâmica florestal por meio de dados provenientes do inventário contínuo de Unidades Amostrais permanentes distribuídas pelo estado.

Para saber mais, consulte o Manual de Campo e o artigo IFFSC – Aspectos Metodológicos.

O FlorestaSC adota uma metodologia compatível com a do Inventário Florestal Nacional (IFN), embora intensificada e com os critérios de inclusão ampliados para atender às especificidades estaduais.

Esta metodologia é baseada num inventário sistemático de múltiplas ocasiões, com repetição da amostragem feita a cada cinco anos, que visa fornecer informações e monitorar o estado de conservação dos recursos florestais, bem como as mudanças ocorridas ao longo do tempo.

Adotou-se para a definição de “floresta” o conceito da FAO (2009)*: terras com área mínima de 0,5 ha, árvores com altura > 5 m e cobertura das copas ≥ 10%.

O levantamento de dados consiste no acompanhamento de 1074 Unidades Amostrais (UA) que compõem uma rede de pontos sistematizados (grade) de 10 × 10 km que cobre todo o Estado e que é compatível com a grade 20 × 20 km do IFN. Excepcionalmente, na área de ocorrência da Floresta Estacional Decidual (Klein, 1978), a qual se encontra extremamente reduzida e fragmentada, a amostragem é adensada para uma grade de 5 × 5 km, possibilitando a medição de um número adicional e suficiente de Unidades Amostrais, totalizando ao final 1153 UA em acompanhamento pelo FlorestaSC. 


Resumindo...

O conjunto de Unidades Amostrais do FlorestaSC compreende diferentes finalidades:

UAs IFFSC_1074+5x5km.xlsx

Unidade Amostral

A Unidade Amostral (UA), em forma de  conglomerado, utilizada pelo FlorestaSC possui área total de 4.000 m² (0,4 ha); é composto por quatro subunidades de 1.000 m² cada (20 × 50 m), orientadas na direção dos quatro pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste), mantendo, cada uma, 30 m de distância do centro do conglomerado.

A imagem abaixo mostra o layout atual do conglomerado utilizado pelo FlorestaSC, com a delimitação das subparcelas e transectos para a medição dos diferentes estratos. 

Observação:

Segue abaixo a metodologia atualizada e definitiva para o inventário de cada estrato, após adaptações metodológicas posteriores às publicações dos primeiros resultados.

Critérios de inclusão na amostra

Arbóreo/Arbustivo: DAP ≥ 10 cm e altura ≥ 1,3 m;

Regeneração: DAP < 10 cm e altura ≥ 1,3 m;

Herbáceas: espécie herbácea dominante na subparcela;

Necromassa: galhos e troncos mortos com diâmetro > 2,5 cm que interceptam os dois transectos no centro da UA.

Levantamento de Árvores Fora da Floresta 

Também foram instaladas 148 parcelas para um levantamento das árvores “fora da floresta” realizado considerando a grade 20 × 20 km, para os quais os mapeamentos da cobertura florestal do estado, realizados em 2005 (SAR, 2005) e 2008 (PPMA, 2008), não indicaram a presença de florestas nativas. 

Dados sobre o uso do solo foram levantados nessas parcelas, independentemente se estivessem cobertos ou não por florestas (50 foram instaladas em florestas em estágio inicial de sucessão, 34 em reflorestamentos e 64 em agricultura, pastagem ou edificações). 

Levantamento de Epífitos

Epífitos são plantas que crescem sobre outras, mas sem retirar delas qualquer nutriente, como, por exemplo, orquídeas, bromélias e samambaias. As plantas que retiram nutrientes são chamadas parasitas, como, por exemplo, a erva-de-passarinho (Struthanthus sp.).

Um levantamento independente foi conduzido na Floresta Ombrófila Densa com foco nos epífitos vasculares. Para isso foram selecionadas 33 parcelas do FlorestaSC e delimitado a partir delas uma área circular com raio de 80 metros, onde foram escaladas – por meio de técnicas de arvorismo – ao menos oito árvores (forófitos) por parcela, e todos os epífitos vasculares férteis foram coletados. Eventuais coletas de epífitos no solo foram realizadas quando esses estavam ao alcance – em galhos caídos, sobre arvoretas, lianas e samambaias arborescentes. 


*FAO. 2009. National Forest Monitoring and Assessment – Manual for integrated field data collection. NFMA Paper37/N. Roma. FAO.